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13o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Vida da Sagrada Família
(Luc. II, 51.)


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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Meditemos a vida da Sagrada Família, isto é, a vida de Maria e José em Jesus.

I. Jesus era o centro do amor de Maria e de José: onde se encontra o corpo, as águias se ajuntam; onde está o tesouro, aí está o coração. Jesus constituía, portanto, o centro desses ditosos pais. Era-lhes indiferente estar em Belém, ou em Nazaré, ou no Egito; possuir Jesus era tudo para eles; no seu divino Filho habitavam seus corações.
Com que pressa, com que alegria e felicidade, São José, quando obrigado a se ausentar, regressava à sua casa, onde o esperava o Menino Deus! Mas Ele não perdia o tempo que passava longe de seu Filho! Sabia muito bem que Jesus era o amor divino Encarnado! ...
Assim também, minha casa, minha família, meu centro deve ser a Eucaristia, o Tabernáculo mais próximo do lugar onde moro; a exemplo de Maria e José, somente aí me devo sentir bem.

II. Jesus constituía a finalidade da vida de Maria e de José; somente para Ele viviam e trabalhavam. Oh! com que prazer o bondoso São José labutava para lhe ganhar o pão cotidiano, como também para a sua divina Mãe! Que contentamento lhe dava, em vista disto, o salário de seu trabalho, cujas dificuldades se lhe tornavam agradáveis porque tinham a Jesus por objeto!
De igual modo Jesus Eucaristia deve ser o alvo e o gozo de minha vida, a alegria e a felicidade de meu trabalho; que vida pode haver mais bela do que essa, em companhia de Jesus Sacramentado?

III. Jesus era o alimento contínuo da vida de união e de amor de Maria e de José. Sentiam-se tão felizes em contemplá-LO, ouvi-LO, assistir o seu trabalho, e em admirá-LO a obedecer e orar! Jesus fazia tudo tão bem!
Sua maior felicidade consistia, porém, e mui particularmente, na contemplação do interior de seu Filho, no estudo de suas intenções, no conhecimento de seus afetos e nos motivos de suas virtudes. Viam-nO sempre procurar e preferir as ocasiões de praticar a pobreza, a obediência, a mortificação; contemplavam suas humilhações e seus aniquilamentos, e admiravam a fidelidade com que Ele tudo referia à maior glória de seu Pai, sem se reservar, como homem, qualquer louvor e honra, dirigindo tudo à Divindade.
Jesus, Maria e José visavam uma única coisa na vida: glorificar o Pai Celeste.
Eis, portanto, o que tenho a fazer. E para isto é mister entrar em comunicação com Maria e José, reproduzindo-lhes a vida, esta vida de família, vida íntima, cujo segredo só Deus conhece.
Oh! como é feliz a alma quando contempla o interior da Sagrada Família, procurando ouvir tudo o que aí se dizia, e ver o que se fazia; em resumo, ler o Evangelho familiar de Jesus! Oh! que belos serões os de Nazaré, mil vezes ditosos, passados em colóquios e orações celestiais! Certamente Jesus explicava então a Maria e a José tudo quando d’Ele narravam as Escrituras; lhes revelava o Calvário e todas as cenas humilhantes e dolorosas por que devia passar; talvez lhes mostrasse mesmo nas mãos o lugar dos pregos, afim de iniciar sua Mãe e seu Santo Guarda na prática das virtudes do Calvário. Provavelmente lhe falava ainda da Igreja, dos Apóstolos, das Ordens Religiosas que se consagrariam à sua glória, bem como à deles, e posso crer que lhe falava de mim, de minha miséria e do imenso amor que me dedicava.
Nazaré se transformara no céu do amor e no paraíso do segundo Adão e da nova Eva; o céu das mais excelsas virtudes, do mais santo amor. Que delicioso perfume se evolava até o trono de Deus desse vergel encantador, onde floresciam o Verbo Encarnado, Maria, e o justo José! O Pai Celeste encontrava nele as suas complacências, e os anjos se extasiavam diante dele; quanto a mim, quero nele encontrar o amor da vida piedosa e recolhida em Jesus, Maria e José.

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Os Dois Guardas da Virgem

Deus, ao conceber desde toda a eternidade o ideal da vida de Maria, elegeu dois homens justos que deviam, sucessivamente, servir de guardas desta Virgem incomparável, e, em vista da sublimidade da missão que lhes havia de confiar, mostrou-lhes o caminho de uma santidade eminente e mesmo excepcional.
Que traços de semelhança entre esses dois personagens! Destinados a viver na intimidade de uma Virgem, era necessário que ambos fossem de uma santidade resplandecente; daí serem eles ornados da auréola da virgindade.
Um, resume em sua pessoa as mais cintilantes glórias da antiga aliança: é o herdeiro da dignidade dos Patriarcas, o possuidor dos bens prometidos pelos profetas. O outro, é a síntese das mais augustas dignidades da nova aliança: é apóstolo, pontífice, e, mais tarde, evangelista, profeta e mártir.
Honramos, no primeiro, o esposo legal da Santíssima Virgem; no segundo, seu filho na ordem da graça. Um, foi o guarda de Maria antes e durante o tempo em que Ela possuía Jesus; o outro, quando Jesus lhe foi arrebatado. A um foi concedida a graça de estreitar o Filho do homem ao coração; ao outro, o favor de repousar a cabeça sobre o seu Coração.
Um deles alimentou Jesus com o fruto de seu trabalho; o outro se nutriu de Jesus na última Ceia, onde sorveu o amor em sua própria fonte.
Finalmente, o primeiro acompanhou Jesus e Maria, com fidelidade, nos mistérios da infância de seu bendito Filho; estava no Templo, ao lado do Sacerdote e da Virgem durante a oblação da grande Vítima; o outro, com igual fidelidade, acompanhou Jesus e Maria nos últimos mistérios da Redenção: ao pé do altar da Cruz ele se achava então, ao lado do mesmo Sacerdote e da mesma Virgem, durante a consumação do sacrifício.
Homens incomparáveis, esses, a quem Deus confiou os seus tesouros mais preciosos! Suas mãos foram dignas de locar o Verbo da Vida e de servir sua Santa Mãe; eis porque todos os séculos, penetrados de reverência, celebrarão sua felicidade e honrarão suas virtudes.
(Mons. Van den Berghe. Maria e o Sacerdócio).

PRÁTICA — Conservarmo-nos com sumo respeito na presença do Santíssimo Sacramento.

JACULATÓRIA — Ó Maria! que servistes o Deus da Eucaristia, sede nossa Mestra divina nesse amável serviço!


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962