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Capítulo VI - Adeus, Jesus

CENTELHAS EUCARÍSTICAS
 PEQUENA COLEÇÃO
DE
Pensamentos e afetos devotos
a
JESUS SACRAMENTADO

VI
Adeus, Jesus
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CAIU a noite sobre a terra e vai também caindo sobre a minha alma. Em breve ficarei sepultada num sono profundo... Não pensarei em ninguém e ninguém pensará em mim... Ninguém? Mas que fará Jesus no Tabernáculo? Para quem estará Ele ali? Ele que nunca dorme, que sempre ama, não pensará em mim?

Eu dormirei como uma criança, e Jesus me olhará como uma mãe... Talvez sorrindo, talvez chorando... Quantas razões não tem Ele para chorar sobre a minha alma? Hoje, por exemplo, só pensei em fazer duas coisas: em honrá-lo com alguma homenagem, e em pungir-lhe o Coração com alguns espinhos... Eu sou uma perene contradição vivente: quero amar a Jesus, digo-lhe que o amo, e amo-o realmente, se não muito, ao menos um pouco... E depois, se a paixão me sugestiona um tanto, já não tenho coragem de lhe resistir... Olho então para Jesus, e vejo-o triste...
Eis me, pois, chegada ao fim deste dia, que passou entre carícias e indelicadezas, entre incensos e vilipêndios... Como posso repousar tranquila? E se Jesus, em vez de assistir-me, me viesse chamar a contas?
Eu conheço bem a Jesus: amou-me sempre, mesmo quando eu era pior que hoje... Não me há de amar mais agora, que o amo mais do que nunca? Ainda que tivesse de morrer repentinamente, Jesus me recusaria a graça duma contrição perfeita?... Se me esperou tanto tempo, quando eu andava longe, agora que lhe estou tão vizinha, me voltará às costas no momento de maior necessidade?
Caro Jesus, certos receios fazem-me muito mal, e enregelam-me o coração... E eu que tanta necessidade e tanto desejo tenho de inflamá-lo! Não! Eu vou repousar tranquila; fiz o ato de contrição o melhor que pude... Pertence-te a ti o ter misericórdia da minha alma.
Adeus, Jesus: até amanhã pela manhã. Enquanto eu durmo, enquanto a minha alma não é perturbada pelas paixões, tu que sempre velas e sempre amas, encosta-te a ela e cura-a de todas as suas enfermidades, infunde-lhe aquelas energias que a façam operar galhardamente o bem... Transforma-a enfim numa santa...
Como serei feliz se, ao despertar de madrugada, me vir toda outra do que sou agora... É verdade que isto é um sonho, quase um delírio...  Que importa? Jesus vê que tenho, se não mais, ao menos um pouco de boa vontade.
E quando foi, ó Jesus, que desprezaste os bons desejos duma alma, que te ama?

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