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Capítulo XXX - Os outros

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DE
Pensamentos e afetos devotos
a
JESUS SACRAMENTADO


XXX
Os outros
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SERIA necessário que eu nunca os tivesse visto na igreja. Mostram um tal respeito, oram com tal recolhimento, que eu fico humilhada, e requer-se um grande esforço de boa-vontade para eu não deixar ali as minhas devoções e ir-me embora. Vede com que fervor aquela alma boa se põe a orar! Está toda fixa na Hóstia... Quase que nem move as pálpebras, nem parece respirar... Toda a sua vida parece concentrada sobre os lábios... Estes só têm um ligeiro movimento... Todo o resto da pessoa se imobiliza. Parece a estátua da oração.

Capítulo XXIX - Pelos outros

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XXIX
Pelos outros
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NÃO se poderia, ó Jesus, fazer um pouco de bem a tantas almas que andam no caminho da perdição? Algumas há, que me estão mesmo a caráter de salvá-las; mas é preciso que elas o não saibam; desejaria ao menos melhorá-las, mas sem lhes dizer sequer uma palavra, mesmo porque seria inútil. Será isto possível?

Capítulo XXVIII - À boa noite a Jesus

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XXVIII
À boa noite a Jesus
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QUANTO sinto dever deixar-te, ó Jesus! Ah! Se não fosse a necessidade que me obriga ao repouso, ficaria aqui contigo até amanhã, sempre a falar-te, sempre a olhar-te, sempre a amar-te; parece-me que te diria coisas novas... Parece-me que o meu coração se inflamaria de novas chamas... Que mais depressa me tornaria santa... Mas vejo-me constrangida a ir-me embora, a deixar-te, a condensar todas as efusões do meu coração nesta mesquinha saudação — boa noite!

Capítulo XXVII - Os bons dias a Jesus

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XXVII
Os bons dias a Jesus
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EIS a alba dum novo dia, ó Jesus? Mas, de que te será ele portador? Será este um dia de novas culpas ou de amores mais veementes? Quantos sacrilégios, quantas blasfêmias, quantas abominações não virão dilacerar-te o coração? E quantas orações, quantos heroísmos de virtude não to virão consolar? Eu não o sei, e certamente não é a força mesquinha do meu braço que poderá impedir a obra dos crucifixores e fazer cair-lhes das mãos o martelo e os cravos. Mas tu podes receber o meu melhor augúrio e transformá-lo em mil chamas de amor, que do coração de tantos adoradores sobem a confortar o teu.

Capítulo XXVI - A palavra mais difícil

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XXVI
A palavra mais difícil
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FALEI já tantas e tantas vezes a Jesus, falo-lhe todos os dias, digo-lhe um mundo de coisas, as mais belas e as mais suaves que o coração me pode sugerir; mas há uma palavra mais bela que qualquer outra, uma palavra aprendida desde criança, repetida cada dia e quase a cada hora, uma palavra sem a qual toda a oração perde a beleza e o valor, e que eu lhe não digo jamais... Ela aflora-me espontânea aos lábios nos momentos de angústia, mas eu não a ouso pronunciar, porque o coração recusa-se a acompanhá-la... E porque havia de dizer uma palavra que será uma ficção? Jesus disse-a no Getsêmani, ordenou a todos que a repetissem, porque é a mais bela que podem pronunciar os lábios cristãos: fiat voluntas Tua — faça-se a Tua vontade.