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O Purgatório - Parte V

Trechos do Livro
Como evitar o Purgatório
Pe. Francisco Xavier Schouppe, S.J.
Edição de 1973

Na edição anterior, o Pe. Schouppe discorreu sobre a duração e a razão das penas do Purgatório; nesta, reproduzimos o que ele escreveu sobre certo alívio que as almas padecentes podem receber.

A misericórdia de Deus é exercida, em relação ao Purgatório, de uma tríplice maneira: 1 – consolando as almas que nele estão; 2 – mitigando seus sofrimentos; 3 – dando-nos mil meios de evitar esse fogo punitivo. [...]
As almas do Purgatório também recebem grande consolação da Santíssima Virgem. Não é Ela a Consoladora dos Aflitos? E qual aflição pode ser comparada à das pobres almas do Purgatório? Não é Ela Mãe de Misericórdia? E não é com relação a essas santas almas padecentes que Ela mostra toda a misericórdia de seu coração? Não nos devemos, pois, espantar de que, nas Revelações de Santa Brígida, a Rainha do Céu atribua a si o nome de Mãe das Almas do Purgatório. “Eu sou – disse Ela à santa – a Mãe de todos aqueles que estão no lugar de expiação; minhas preces mitigam os castigos que lhes são infligidos por suas faltas”. [...]
Além do consolo que as almas recebem da Santíssima Virgem, elas são também assistidas e consoladas pelos santos Anjos, e especialmente por seus Anjos-da-Guarda. Os Doutores da Igreja ensinam que a missão tutelar dos Anjos-da-Guarda termina somente na entrada de seus protegidos no Paraíso. [...] O Anjo guardião conduz a alma ao seu lugar de expiação e lá permanece com ela para proporcionar-lhe toda a assistência e consolações em seu poder. [...]
Diminuição e mitigação da pena
Se Deus consola as almas com tanta bondade, sua misericórdia brilha ainda maisclaramente no poder que dá à sua Igreja de encurtar a duração de seus sofrimentos. Desejando executar com clemência a severa sentença de sua justiça, Ele concede diminuição e mitigação da pena. Mas faz isso de maneira indireta, através da intervenção dos vivos. A nós Ele concede todo o poder para socorrer nossos aflitos falecidos, por meio do sufrágio, isto é, através dos meios da impetração e da satisfação.
A palavra sufrágio, em linguagem eclesiástica, é sinônimo de prece; contudo, quando o Concílio de Trento declara que as almas do Purgatório são assistidas pelos sufrágios dos fiéis, o sentido da palavra é mais compreensível. Inclui, em geral, tudo o que se pode oferecer a Deus pelos falecidos. Podemos assim oferecer a Deus não somente nossas preces, mas também nossas boas obras, tanto quanto elas sejam impetratórias ou satisfatórias.
Para entender esses termos, lembremo-nos de que cada uma de nossas boas obras, feitas em estado de graça, ordinariamente possui um tríplice valor aos olhos de Deus:
A obra é meritória, quer dizer, aumenta nosso mérito; dá-nos direito a um novo grau de glória no Céu;
É impetratória (impetrar, obter), pois, como a prece, ela tem a virtude de nos obter algumas graças de Deus;
É satisfatória, tendo, por assim dizer, um valor pecuniário e podendo satisfazer à divina justiça e pagar nossas dívidas de punição temporal diante de Deus.
O mérito é inalienável, e permanece propriedade da pessoa que pratica a ação. Pelo contrário, os valores impetratórios ou satisfatórios podem beneficiar outros, em virtude da Comunhão dos Santos. [...] Quais são os sufrágios pelos quais, de acordo com a doutrina da Igreja, podemos ajudar as almas do Purgatório?
Respondemos: Consistem nas orações, esmolas, jejuns e penitências de qualquer gênero, indulgências, e sobretudo no santo Sacrifício da Missa. Nosso Senhor Jesus Cristo permite-nos oferecer à Divina Majestade todas as obras, feitas em estado de graça, para alívio de nossos falecidos no Purgatório, e Deus as aplica a essas almas, de acordo com sua Justiça e Misericórdia.
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Fonte do texto: Revista Catolicismo


Novembro - Mês de socorrer as Almas do Purgatório

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO


Sancta et salubris est cogitatio pro defunctis exorare,
ut a peccatis solvantur.

É um santo e salutar pensamento orar pelos mortos,
para que lhes sejam perdoados os seus pecados (2 Mac 12, 46).

A devoção às almas do purgatório é muito agradável ao Senhor, e utilíssima a quem a pratica. Jesus Cristo ama imensamente essas almas e suspira pelo momento em que as possa estreitar contra o peito; e as santas prisioneiras mostrar-se-ão gratas para com aquele que lhes obtém o livramento do seu cárcere ou ao menos algum alívio nas suas penas. Sufraguemos, pois, constantemente as almas do purgatório, particularmente no mês consagrado à sua memória.  É tão fácil oferecer, em sufrágio das benditas almas, alguma esmola, algum jejum ou qualquer outra mortificação. Para o mesmo fim frequentemos os santos sacramentos, fazendo uma sincera confissão, uma santa comunhão e, sendo possível, algumas vezes por semana a Via-Sacra. Mas, sobretudo assistamos por elas, o mais possível, à Santa Missa, e, se o permitir a nossa condição, mandemos celebrar alguma Missa, que é o sufrágio mais proveitoso às almas. Afirma S. Jerônimo que "cada Missa devotamente celebrada faz sair várias almas do  purgatório" e em outras partes "as almas que penam no purgatório, pelas quais o sacerdote ora durante a celebração da Missa, não sentem as penas enquanto durar a celebração".
E é também neste mês que a nossa boa mãe, a Santa Igreja, dá os seus tesouros de indulgências para ajudar as almas. O Papa Leão XIII (17 de jan. de 1888) concedeu a todos os fiéis que cada dia do mês de novembro, em público ou em particular, se aplicarem em socorrer as almas do purgatório, por exercícios de piedade, as indulgências seguintes, aplicáveis às mesmas almas: 7 anos e 7 quarentenas uma vez cada dia do mês de novembro e plenária cumprindo as condições de costume num dia do dito mês à escolha da pessoa. Com as mesmas condições todos os fiéis podem lucrar uma indulgência plenária, quantas vezes visitarem uma igreja, ou capela ou oratório públicos, no dia 2 de novembro, rezando cada vez 6 Padre-nossos e 6 Ave-Marias e 6 Glória ao Padre (decr. 26 de junho de 1914). Esta indulgência não está fixa ao dia 2 de nov. mas ao dia em que se celebrar cada ano a comemoração de todos os fiéis defuntos (13 de nov. de 1916).

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para auxiliar estas almas que tanto precisam de nossa ajuda!





DIA 19 DE SETEMBRO


MEDITAÇÃO


Aproveitamento do Tempo
Ponto 1. — O tempo é o preço da eternidade... Vale tanto como Deus, diz São Bernardo, porque com ele se compra a Deus. Um momento aproveitado produz um peso imenso de glória. O tempo usado como Deus quer, proporciona uma morte como razoavelmente  podemos apetecer. Que fazemos do tempo?
Ponto 2. — O tempo é chamado pelos mundanos ouro, e pelos santos céu. A cada instante aproveitado corresponde no céu um grau de glória. Os santos de nada foram avaros senão do tempo: podiam eles vender tão barato o que tão caro custou a Cristo? E tu como aproveitas o tempo? Que ideia fazer dele?
Ponto 3. — São José conhecia o tempo porque tinha diante de si o Eterno e a mesma eternidade divina. Não perdeu na virtude nem no conhecimento de Deus, nem da perfeição, porque aproveitou o tempo; mas na morte e no céu encontrou o preço que aqui dera,  aproveitando o tempo. Como o aproveitas?...
Fruto. — Recordar com frequência que um momento de tempo bem aproveitado produz em  nós um peso imenso de glória.

ORAÇÃO DE SÂO CLEMENTE
São José, meu terno pai, ponho-me para sempre sob vossa proteção; considerai-me como vosso filho, e preservai-me de todo pecado. Lanço-me nos vossos braços, para que me acompanheis no caminho da virtude, e me assistais na hora da morte.

Orações Finais para o Dia 19 de Cada Mês

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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE AGOSTO


MEDITAÇÃO


A Vida de São José

Ponto 1. — A vida de São José foi bem aproveitada: não perdeu tempo. Era facilmente encontrado em casa, na oficina, no templo; nunca, porém, em divertimentos. Uma morte feliz, é o prêmio duma vi da tão bem aproveitada. O tempo e o preço da eternidade.
Ponto 2. — A vida de São José foi uma vida atormentada. Foi vi da de tristezas, de exílios, de temores, de pobreza e de martírio; de coração acompanhados das aflições inerentes à pobreza. Esses foram os degraus que levantaram São José tão alto na glória, passando antes pela morte dos justos.
Ponto 3. — A vida de são José foi vida feliz e origem duma morte felicíssima. O mundo chama-os bem-aventurados, como também aos que choram, aos que sofrem, aos perseguidos... e manifesta-lhes ser verdadeira sua palavra na paz da consciência... São José tinha a Deus consigo em meio de sua pobreza, por isso foi feliz em vida e agora é felicíssimo depois da morte.
Fruto. — Em todas tuas ações pergunta-te: Que me aproveitará o que agora vou fazer para a eternidade?

ORAÇÃO PEDINDO A SAÚDE PARA UM DOENTE
Omnipotente e poderosíssimo Senhor, que sois saúde eterna para todos os que creem em Vós e de coração vos amam, escutai, pelos méritos de São José, pai adotivo de vosso Filho Jesus, as orações que vos dirigimos por este doente.
Pelo cuidado e diligência com que o Santo Esposo de Maria tratou da saúde e vida de Jesus, vos pedimos, que aparteis deste doente a doença que o aflige, e fazei que os remédios que se lhe apliquem produzam com eficácia o efeito desejado.
Bem conhecemos que todos os remédios humanos nada podem sem Vós, autor e inspirador de todo conhecimento útil; em Vós, pois, pomos nossa confiança, e não seremos confundidos. Consolai, ó bom Jesus, este pobre doente que tanto sofre, assim como outrora vos consolou o glorioso S. José, para que livre da doença que o atormenta, louve vossa misericórdia eternamente.

Orações Finais para o Dia 19 de Cada Mês

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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE JULHO


MEDITAÇÃO


Presença de Maria na morte de São José

Ponto 1. — Maria verdadeira Mãe de Deus era também esposa verdadeira de S. José; foi sempre sua companheira, foi sua testemunha, foi sua admiradora, foi seu constante auxiliar em todos os momentos. Que morte santa a presenciada e auxiliada pela mesma Mãe de Deus!

Ponto 2. — São José auxiliou sempre a Maria. Em suas necessidades, em seus momentos de aflição, a única proteção e apoio que Maria tinha na terra, era invocar a São José! São José foi seu benfeitor. seu único amparo... Que agradecimento guardaria para ele sua Esposa!

Ponto 3. — Maria como esposa, como companheira, não podia abandonar a São José: fiel a seu dever, nunca o abandonou, senão que o seguia sempre, assistindo-o e consolando-o, particularmente, na morte. Morte feliz a de São José!... É tua vida do agrado de Maria? Se viveste conforme aos desejos de Maria, também tua morte será conforme a teus desejos.

 Fruto. — Antes de cada ação pergunta-te: Como faria isto Maria?

ORAÇÃO
LEMBRAI-VOS DE SÃO JOSÉ

Lembrai-vos, ó puríssimo Esposo de Maria Virgem, ó doce protetor meu S. José, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado vossa proteção e não fosse por Vós consolado. Com esta confiança venho a vossa presença, a Vós fervorosamente me recomendo. Ah! não desprezeis a minha súplica, ó pai adotivo do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de acolhê-la piedosamente. Assim seja.


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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935